Archives de catégorie : En classe

2º exercício | Plano sequência

Neste exercício foi proposto filmar a mesma acção/situação de 2 maneiras diferentes: a primeira em plano sequência, a outra dividindo o mesmo plano em 3/4 planos formando a mesma ação.

For this exercise it was proposed to film the same action/situation in 2 different ways: the first being a long take, the second dividing the same take into 3/4 takes forming the same action.

Visionamos alguns excertos para análise e discussão, que os ajudaram no desenvolvimento deste segundo exercício de captação de plano longo, nomeadamente um excerto da curta metragem “SuperUnit” (2014) de Teresa Czepiec.

We analyzed and discussed some film excerpts, which helped the students in the development of this second long take exercise. One of the film excerpts we saw belongs to the movie « SuperUnit » (2014) by Teresa Czepiec.

 

Nas nossas sessões online trocamos ideias e ferramentas para as filmagens que terão que fazer individualmente em casa, devido ao confinamento.

In our online sessions we exchanged ideas and tools for the footage that they will have to capture individually at home, due to the confinement.

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Exercício 2

O exercício 2 foi trabalhado a partir de pinturas. Cada aluno escolheu uma e falou sobre ela: o que se via? o que sentia? o que imaginava a partir dela. Depois, em casa, filmaram primeiro, um plano sequência, e depois as mesmas personagens, a mesma acção, no mesmo lugar, em vários planos.

The Exercise 2 was worked from paintings. Each student chose one and spoke about it: what was seen? what did you feel? what I imagined from it? Then, at home, they filmed a sequence shot first, and then the same characters, the same action, in the same place, on several planes.

 

Morning sun (Hopper)

Uma rapariga está sentada na cama a olhar para o infinito pela janela. O quarto está iluminado pelo sol. Não vemos o que ela vê, mas ela também não parece estar a olhar para nada: está dentro de si, talvez a lembrar-se de alguma coisa. (Clara)

A girl is sitting on the bed looking out of the window at infinity. The room is lit by the sun. We don’t see what she sees, but she also doesn’t seem to be looking at anything: she is inside herself, perhaps remembering something. (Clear)

 

 

Summer evening (Hopper)

O homem fala com a mulher, ela está a ouvi-lo, mas está no mundo dela. Dá a sensação de leveza, lembra as noites de verão quando podíamos estar próximos das pessoas. (Carolina)

The man talks to the woman, she is listening to him, but he is in her world. It feels light, reminiscent of summer nights when we could be close to people. (Carolina)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Panier des Prunes (Chardin)

Sobre a mesa estão umas frutas, uma garrafa de água, pão. Está tudo muito arrumado. Dá a sensação de calma, mas ao lado pode estar a acontecer uma discussão. (Madalena)

On the table are a fruit, a bottle of water, bread. Everything is very tidy. It gives the feeling of calm, but a discussion may be happening next to it. (Madalena)

Alguém pôs a mesa, está tudo arranjado para receber alguém, e depois fica à espera que ele chegue. (João)

Someone has set the table, everything is set up to receive someone, and then wait for him to arrive. (João)

 

 

Le jeune dessinateur (Chardin)

Há um desenho na parede. Está uma figura debruçada, de costas para nós, muito concentrada, completamente no seu mundo, a desenhar. (Francisca)

There is a drawing on the wall. There is a figure leaning over, his back to us, very concentrated, completely in his world, drawing. (Francisca)

 



Stovkornenes Dans
(Hammershoi)

É um espaço vazio, simples, claro, com o sol a entrar pela janela. Muito calmo. Dá a sensação de estar tudo muito limpo. Era giro desfazer esta calma. (Simão)

It is an empty space, simple, clear, with the sun coming in through the window. Very calm. It feels very clean. It was nice to undo this calm. (Simão)

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Sobre excerto de El sur (Erice)

Ela cresce na estrada, dá a sensação que cresceu sempre a fazer o mesmo: a andar de bicicleta por aqueles caminhos.

Gostei das linhas brancas nas árvores, do cão que cresceu e da estrada coberta de folhas. Se tivesse mudado apenas a atriz e a personagem aparecesse mais velha sem mais nada ter mudado era estranho, pois como é que o tempo podia ter passado sem nada ter mudado?


She grows up on the road, gives the feeling that she has always grown up doing the same thing: riding her bike along those paths.

I liked the white lines on the trees, the dog that grew up and the leafy road. If only the actress had changed and the character had appeared older without anything having changed, it was strange, because how could the time have passed without having changed?

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Sobre excerto de Pierrot le fou (Godard)

Só se passaram dois minutos e aconteceram tantas coisas!


Ouvimos as vozes deles a dizerem frases e uma música muito intensa. Não ouvimos os sons do que vemos. As coisas acontecem umas a seguir às outras, mas o tempo parece que não é linear. A câmara está sempre atrás deles, e eles andam às voltas. Parece que acompanhamos tudo, mas não é tudo. E depois tudo se torna mais rápido, os planos tornam-se muito curtos, há uma aceleração, há muitas coisas a acontecer, avanços e recuos. E depois a música pára, eles param, e apesar de ainda se sentir uma tensão, sente-se que se passou para outro momento, porque há um grande contraste, no som e na imagem, com tudo o que assistimos antes: a câmara está parada, eles estão parados, ouvimos o som da rua e deles a falarem com o homem da bomba de gasolina.

It only took two minutes and so many things happened!

We heard their voices saying phrases and very intense music. We don’t hear the sounds of what we see. Things happen one after the other, but time seems to be non-linear. The camera is always behind them, and they go around. It seems that we follow everything, but it is not everything. And then everything becomes faster, the plans become very short, there is an acceleration, there are many things happening, advances and retreats. And then the music stops, they stop, and although you still feel a tension, you feel that it has passed to another moment, because there is a great contrast, in the sound and in the image, with everything we have seen before: the camera stopped, they are stopped, we hear the sound of the street and of them talking to the man at the gas pump.

 

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Passagem do Tempo (continuação)

 


O tempo continua a passar

fotografias realizadas durante o período de confinamento pelo professor Hugo Cunha (da oficina ccaj 2016-17) e pelo professor Filipe Gonçalves (das oficinas ccaj 2017-2021)

Time continues to pass

photographs taken during the confinement period by professor Hugo Cunha (from ccaj workshop 2016-17) and by professor Filipe Gonçalves (from ccaj workshops 2017-2021)

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A preparar para o 2º exercício, visualização de excertos

Preparamo-nos para o segundo exercício ( Filmar a mesma acção/situação de 2 maneiras diferentes: a primeira em plano sequência, a outra dividindo-o em planos e montando os planos) com a visualização de vários excertos que são, sobretudo, planos-sequencia, e conversamos sobre as diferentes perspectivas em razão da montagem, sobre o ritmo e o tempo.

We prepare for the second exercise (Film the same action / situation in 2 different ways: on the one hand in a single sequence shot (a non-cut shot in which an action/situation is developped), on the other hand by cutting and editing the shots) watching several excerpts with some sequence shot, and we talked about the different perspectives due to the editing, the rhythm and the time.

Elephant, 2003, Gus Van Sant

 

Una giornata particolare, 1977, Ettore Scola

 

Shara, 2003, Naomi Kawase

 

Superunit, 2014, Teresa Czepiec

 

Yuki & Nina, 2009, Nobuhiro Suwa, Hippolyte Girardot

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Apresentação e análise dos planos Lumière (planos individuais realizados em casa ou fora da escola por cada aluno)

Realizamos o nosso 1º exercício individualmente, com os nossos telemóveis. Neste exercício fizemos uma captação de tempo (filmar a continuidade de uma acção, fazer sentir o tempo).

We perform our 1st exercise individually, with our mobiles. In this exercise, we recorded the passing of time (recording the continuity of an action, the imprint of time)

 

 

 

 

 

 

 

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Visionamento de excertos de filmes – diferentes tempos e ritmos

O grupo visionou ainda dois excertos do filme “Vou para casa”, onde se encetou discussão sobre os vários tempos presentes. No primeiro verificou-se a relação tempo-luz. A luz clara do exterior assinalava o espaço do neto, um tempo mais rápido e alegre. O interior, escuro, por sua vez completa o tempo estático e melancólico em composição com a fotografia que o avô recorda. (Leonor Coelho)

Notre groupe a également visionné deux extraits du film « Je Rentre à la Maison » qui ont suscité une discussion sur les divers temps que l’on y trouve. Dans le premier, nous voyons la relation temps-lumière. La lumière, claire, de l’extérieur, caractérise l’espace du petit-fils, un temps plus rapide et joyeux. L’intérieur, sombre, de son coté, renforce le temps statique et mélancolique qui se conjugue avec la photographie qui éveille les souvenirs du grand-père. (Leonor Coelho)

 

 

No segundo excerto mais uma vez esta dicotomia exterior e interior se assinala. Com a criança no exterior, o tempo é mais rápido e é som, neste caso da natureza e carros a passar. Por sua vez, o avô, quando chega, passa pelo quintal e finalmente entra em casa para subir as escadas. O som lento e vagaroso que assinala os seus passos na escada marca um tempo mais vagaroso. A influência do som como estratégia de marcação do tempo. (Leonor Coelho).

Dans le deuxième extrait, on retrouve cette dichotomie extérieur-intérieur. À l’extérieur, avec l’enfant, le temps est plus rapide, notamment le son, dans ce cas celui de la nature et des voitures qui passent. De son côté, le grand-père, quand il arrive, traverse le jardin et entre finalement dans la maison où il va monter les escaliers. Le son, lent et comme ralenti, qui rythme ses pas dans l’escalier, marque un temps ralenti. L’influence du son comme stratégie de l’empreinte du temps. (Leonor Coelho).

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Visionamento de excertos de filmes – A organização e gestão do tempo (até se chegar ao que se procura)

Visionamento de excertos de filmes

Visionnement d’extraits de films

O Cinema nasceu com planos de 50’’:

Le cinèma est né avec des plans 50″:

Como referência para o primeiro exercício (uma captação de tempo: filmar a continuidade de uma acção, fazer sentir o tempo), visionamos alguns filmes dos Lumière, entre eles: L’Arrivée d’un train en gare de La Ciotat, de 1985,  La Sortie de l’usine, de 1985 e Laveuses sur la rivière, de 1897.

Comme référence pour le premier exercice (une capture du temps: filmer la continuité d’une action, faire sentir le temps), nous avons regardé quelques films Lumière, parmi lesquels: L’Arrivée d’un train en gare de La Ciotat, de 1985,  La Sortie de l’usine, de 1985 e Laveuses sur la rivière, de 1897.


A forma como o tempo é trabalhado, captado e transmitido, bem como a noção de enquadramento foram objeto de reflexão.

O primeiro fragmento visionado foi “Chegada de um comboio á Gare de la Ciotat”. Nos curtos segundos da chegada de um comboio à estação já se adivinha a grande diferença do cinema para a fotografia que era agora implantada: a noção de movimento. A imagem pela primeira vez mistura-se com a vida. Assim, não admira que na primeira vez que este plano foi projetado para um público as pessoas se tenham assustado com a aproximação do comboio à câmara. Neste plano são criados vários tempos mediante a sensação de movimento: Primeiramente na espera, com menos movimento e de repente, tudo acontece com a chegada do comboio: adultos, crianças, passageiros que entram e outros que saem, enfim, uma panóplia de personagens invade o campo. (Leonor Coelho)

 

La manière dont le temps é travaillé, capté e transmis, ainsi que la notion de cadre, ont été les thèmes de réflexion.

Le premier fragment visionné fut  » L’Arrivée du Train en Gare de la Ciotat ». Dans les quelques secondes de l’arrivée du train en gare on devine déjà la grande différence entre le cinéma et la photographie qui se découvre alors : la notion de mouvement. L’image, pour la première fois, se mélange avec la vie. C’est pourquoi il n’est pas étonnant que la première fois que ce plan a été projeté en public, les spectateurs aient été effrayés par l’approche du train vers la caméra. Dans ce plan sont créés divers temps grâce à la sensation de mouvement. Tout d’abord l’attente, avec peu de mouvements, et soudain tout bouge avec l’entrée du train : adultes, enfants, voyageurs qui montent dans le train tandis que d’autres en sortent, e finalement c’est toute une panoplie de personnages qui envahit le champ. (Leonor Coelho)

Foi incrível observar como em fragmentos de 50’’ é dada uma ideia tão grande de tempo, tudo o que acontece, como no caso do primeiro filme – “Chegada do comboio à estação”, de 1895 – a aceleração do tempo assim que este chega, onde as pessoas começam a correr para conseguir entrar, existindo toda uma agitação entre entrar e sair. (Daniela Dias)

Cela a été fabuleux d’observer comment, dans des vues de 50’’, est donnée une si grande idée du temps, tout ce qui arrive, comme dans le cas du premier film – « Arrivée d’un train en gare », de 1895 – l’accélération du temps dès qu’il arrive, quand les gens commencent à courir pour pouvoir monter, existant alors une grande agitation entre entrer et sortir. (Daniela Dias)

Relativamente aos excertos de filmes visualizados no primeiro período, achei interessante a abordagem aos primeiros planos dos irmãos Lumière, já que, posteriormente, tivemos de efetuar uma abordagem semelhante, tendo sido um tanto quanto desafiante. (Laura Carvalho)

En relation aux extraits de films visionnés durant le premier trimestre, j’ai trouvé intéressante l’approche des premiers plans des Frères Lumière, car ensuite nous avons dû effectuer une approche similaire, ce qui a été un véritable défi. (Laura Carvalho)

Através dos fragmentos visualizados percebemos que o que diferencia o filme da fotografia é a captação do tempo, assim como percebemos através dos fragmentos dos Lumière de 50’’, a importância de saber o que é realmente importante de captar. (Patrícia Martins)

Au travers des extraits visionnés nous avons compris ce qui différencie le film de la photographie c’est la captation du temps ; de la même manière nous avons compris en voyant des vues des Frères Lumière – de 50’’ – l’importance de savoir ce qu’il est vraiment important de capter. (Patrícia Martins)

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sobre excerto de Muriel (Resnais)

sobre excerto de Muriel (Resnais)

Um homem a abrir portas. É um movimento que se repete e que vai sempre dar ao mesmo, não acontece nada: abre a porta, abre a luz, olha. Quando abre em vez disso uma gaveta há uma quebra, estávamos na expectativa de continuarem a ser mais portas. Esta repetição dá a sensação que o tempo não avança, acontece sempre o mesmo, quase como se fosse sempre a mesma porta. Mas há uma tensão crescente. Para intensificar a sequência aqui o tempo não é estendido, é subtraído: o tempo real de deslocamento entre as portas não existe, porque não é relevante e não contribui para o ritmo da sequência.

Abour film excerpt from Muriel (Resnais)

A man opening doors. It is a movement that is repeated and that will always lead to the same thing, nothing happens: open the door, turn the lights on, look. When a drawer is opened instead there is a break, we were hoping to continue to be more doors. This repetition gives the feeling that time does not advance, it always happens the same, almost as if it were always the same door. But there is growing tension. To intensify the sequence here, time is not extended, it is subtracted: the real time of the movement between the doors does not exist, because it is not relevant and don’t contribute to the rhythm of the sequence.

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