Archives de catégorie : Films vus

Sobre excerto de Pierrot le fou (Godard)

Só se passaram dois minutos e aconteceram tantas coisas!


Ouvimos as vozes deles a dizerem frases e uma música muito intensa. Não ouvimos os sons do que vemos. As coisas acontecem umas a seguir às outras, mas o tempo parece que não é linear. A câmara está sempre atrás deles, e eles andam às voltas. Parece que acompanhamos tudo, mas não é tudo. E depois tudo se torna mais rápido, os planos tornam-se muito curtos, há uma aceleração, há muitas coisas a acontecer, avanços e recuos. E depois a música pára, eles param, e apesar de ainda se sentir uma tensão, sente-se que se passou para outro momento, porque há um grande contraste, no som e na imagem, com tudo o que assistimos antes: a câmara está parada, eles estão parados, ouvimos o som da rua e deles a falarem com o homem da bomba de gasolina.

It only took two minutes and so many things happened!

We heard their voices saying phrases and very intense music. We don’t hear the sounds of what we see. Things happen one after the other, but time seems to be non-linear. The camera is always behind them, and they go around. It seems that we follow everything, but it is not everything. And then everything becomes faster, the plans become very short, there is an acceleration, there are many things happening, advances and retreats. And then the music stops, they stop, and although you still feel a tension, you feel that it has passed to another moment, because there is a great contrast, in the sound and in the image, with everything we have seen before: the camera stopped, they are stopped, we hear the sound of the street and of them talking to the man at the gas pump.

 

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A preparar para o 2º exercício, visualização de excertos

Preparamo-nos para o segundo exercício ( Filmar a mesma acção/situação de 2 maneiras diferentes: a primeira em plano sequência, a outra dividindo-o em planos e montando os planos) com a visualização de vários excertos que são, sobretudo, planos-sequencia, e conversamos sobre as diferentes perspectivas em razão da montagem, sobre o ritmo e o tempo.

We prepare for the second exercise (Film the same action / situation in 2 different ways: on the one hand in a single sequence shot (a non-cut shot in which an action/situation is developped), on the other hand by cutting and editing the shots) watching several excerpts with some sequence shot, and we talked about the different perspectives due to the editing, the rhythm and the time.

Elephant, 2003, Gus Van Sant

 

Una giornata particolare, 1977, Ettore Scola

 

Shara, 2003, Naomi Kawase

 

Superunit, 2014, Teresa Czepiec

 

Yuki & Nina, 2009, Nobuhiro Suwa, Hippolyte Girardot

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Apresentação e análise dos planos Lumière (planos individuais realizados em casa ou fora da escola por cada aluno)

Realizamos o nosso 1º exercício individualmente, com os nossos telemóveis. Neste exercício fizemos uma captação de tempo (filmar a continuidade de uma acção, fazer sentir o tempo).

We perform our 1st exercise individually, with our mobiles. In this exercise, we recorded the passing of time (recording the continuity of an action, the imprint of time)

 

 

 

 

 

 

 

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Visionamento de excertos de filmes – diferentes tempos e ritmos

O grupo visionou ainda dois excertos do filme “Vou para casa”, onde se encetou discussão sobre os vários tempos presentes. No primeiro verificou-se a relação tempo-luz. A luz clara do exterior assinalava o espaço do neto, um tempo mais rápido e alegre. O interior, escuro, por sua vez completa o tempo estático e melancólico em composição com a fotografia que o avô recorda. (Leonor Coelho)

Notre groupe a également visionné deux extraits du film « Je Rentre à la Maison » qui ont suscité une discussion sur les divers temps que l’on y trouve. Dans le premier, nous voyons la relation temps-lumière. La lumière, claire, de l’extérieur, caractérise l’espace du petit-fils, un temps plus rapide et joyeux. L’intérieur, sombre, de son coté, renforce le temps statique et mélancolique qui se conjugue avec la photographie qui éveille les souvenirs du grand-père. (Leonor Coelho)

 

 

No segundo excerto mais uma vez esta dicotomia exterior e interior se assinala. Com a criança no exterior, o tempo é mais rápido e é som, neste caso da natureza e carros a passar. Por sua vez, o avô, quando chega, passa pelo quintal e finalmente entra em casa para subir as escadas. O som lento e vagaroso que assinala os seus passos na escada marca um tempo mais vagaroso. A influência do som como estratégia de marcação do tempo. (Leonor Coelho).

Dans le deuxième extrait, on retrouve cette dichotomie extérieur-intérieur. À l’extérieur, avec l’enfant, le temps est plus rapide, notamment le son, dans ce cas celui de la nature et des voitures qui passent. De son côté, le grand-père, quand il arrive, traverse le jardin et entre finalement dans la maison où il va monter les escaliers. Le son, lent et comme ralenti, qui rythme ses pas dans l’escalier, marque un temps ralenti. L’influence du son comme stratégie de l’empreinte du temps. (Leonor Coelho).

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Visionamento de excertos de filmes – A organização e gestão do tempo (até se chegar ao que se procura)

Visionamento de excertos de filmes

Visionnement d’extraits de films

O Cinema nasceu com planos de 50’’:

Le cinèma est né avec des plans 50″:

Como referência para o primeiro exercício (uma captação de tempo: filmar a continuidade de uma acção, fazer sentir o tempo), visionamos alguns filmes dos Lumière, entre eles: L’Arrivée d’un train en gare de La Ciotat, de 1985,  La Sortie de l’usine, de 1985 e Laveuses sur la rivière, de 1897.

Comme référence pour le premier exercice (une capture du temps: filmer la continuité d’une action, faire sentir le temps), nous avons regardé quelques films Lumière, parmi lesquels: L’Arrivée d’un train en gare de La Ciotat, de 1985,  La Sortie de l’usine, de 1985 e Laveuses sur la rivière, de 1897.


A forma como o tempo é trabalhado, captado e transmitido, bem como a noção de enquadramento foram objeto de reflexão.

O primeiro fragmento visionado foi “Chegada de um comboio á Gare de la Ciotat”. Nos curtos segundos da chegada de um comboio à estação já se adivinha a grande diferença do cinema para a fotografia que era agora implantada: a noção de movimento. A imagem pela primeira vez mistura-se com a vida. Assim, não admira que na primeira vez que este plano foi projetado para um público as pessoas se tenham assustado com a aproximação do comboio à câmara. Neste plano são criados vários tempos mediante a sensação de movimento: Primeiramente na espera, com menos movimento e de repente, tudo acontece com a chegada do comboio: adultos, crianças, passageiros que entram e outros que saem, enfim, uma panóplia de personagens invade o campo. (Leonor Coelho)

 

La manière dont le temps é travaillé, capté e transmis, ainsi que la notion de cadre, ont été les thèmes de réflexion.

Le premier fragment visionné fut  » L’Arrivée du Train en Gare de la Ciotat ». Dans les quelques secondes de l’arrivée du train en gare on devine déjà la grande différence entre le cinéma et la photographie qui se découvre alors : la notion de mouvement. L’image, pour la première fois, se mélange avec la vie. C’est pourquoi il n’est pas étonnant que la première fois que ce plan a été projeté en public, les spectateurs aient été effrayés par l’approche du train vers la caméra. Dans ce plan sont créés divers temps grâce à la sensation de mouvement. Tout d’abord l’attente, avec peu de mouvements, et soudain tout bouge avec l’entrée du train : adultes, enfants, voyageurs qui montent dans le train tandis que d’autres en sortent, e finalement c’est toute une panoplie de personnages qui envahit le champ. (Leonor Coelho)

Foi incrível observar como em fragmentos de 50’’ é dada uma ideia tão grande de tempo, tudo o que acontece, como no caso do primeiro filme – “Chegada do comboio à estação”, de 1895 – a aceleração do tempo assim que este chega, onde as pessoas começam a correr para conseguir entrar, existindo toda uma agitação entre entrar e sair. (Daniela Dias)

Cela a été fabuleux d’observer comment, dans des vues de 50’’, est donnée une si grande idée du temps, tout ce qui arrive, comme dans le cas du premier film – « Arrivée d’un train en gare », de 1895 – l’accélération du temps dès qu’il arrive, quand les gens commencent à courir pour pouvoir monter, existant alors une grande agitation entre entrer et sortir. (Daniela Dias)

Relativamente aos excertos de filmes visualizados no primeiro período, achei interessante a abordagem aos primeiros planos dos irmãos Lumière, já que, posteriormente, tivemos de efetuar uma abordagem semelhante, tendo sido um tanto quanto desafiante. (Laura Carvalho)

En relation aux extraits de films visionnés durant le premier trimestre, j’ai trouvé intéressante l’approche des premiers plans des Frères Lumière, car ensuite nous avons dû effectuer une approche similaire, ce qui a été un véritable défi. (Laura Carvalho)

Através dos fragmentos visualizados percebemos que o que diferencia o filme da fotografia é a captação do tempo, assim como percebemos através dos fragmentos dos Lumière de 50’’, a importância de saber o que é realmente importante de captar. (Patrícia Martins)

Au travers des extraits visionnés nous avons compris ce qui différencie le film de la photographie c’est la captation du temps ; de la même manière nous avons compris en voyant des vues des Frères Lumière – de 50’’ – l’importance de savoir ce qu’il est vraiment important de capter. (Patrícia Martins)

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sobre excerto de Muriel (Resnais)

sobre excerto de Muriel (Resnais)

Um homem a abrir portas. É um movimento que se repete e que vai sempre dar ao mesmo, não acontece nada: abre a porta, abre a luz, olha. Quando abre em vez disso uma gaveta há uma quebra, estávamos na expectativa de continuarem a ser mais portas. Esta repetição dá a sensação que o tempo não avança, acontece sempre o mesmo, quase como se fosse sempre a mesma porta. Mas há uma tensão crescente. Para intensificar a sequência aqui o tempo não é estendido, é subtraído: o tempo real de deslocamento entre as portas não existe, porque não é relevante e não contribui para o ritmo da sequência.

Abour film excerpt from Muriel (Resnais)

A man opening doors. It is a movement that is repeated and that will always lead to the same thing, nothing happens: open the door, turn the lights on, look. When a drawer is opened instead there is a break, we were hoping to continue to be more doors. This repetition gives the feeling that time does not advance, it always happens the same, almost as if it were always the same door. But there is growing tension. To intensify the sequence here, time is not extended, it is subtracted: the real time of the movement between the doors does not exist, because it is not relevant and don’t contribute to the rhythm of the sequence.

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Conversa em torno do excerto do filme « M de matou »

Sobre o excerto « M de matou »

Uma menina está com um homem desconhecido e uma mãe está à espera dela: ela nunca mais chega e não está em nenhum sítio em que devia estar. Finalmente vê-se o balão sem menina nenhuma. A sequência está montada de forma a intercalar a mãe à espera e a menina ou onde não está a menina, isso faz com que se estenda muito o tempo e intensifica a ansiedade da mãe que cresce à medida que o tempo passa. O tempo passaria
de maneira muito diferente se fosse só um plano sequência da mãe na cozinha.

about the excerpt from « M le Maudit »

A girl is with an unknown man and a mother is waiting for her: she never arrives and is nowhere she should be. Finally the balloon is seen without any girl. The sequence is assembled in such a way as to interpose the waiting mother and the girl or where the girl is not, this causes the time to extend a lot and intensifies the mother’s anxiety that grows as time passes. Time would pass very differently if it were just a sequential plan of the mother in the kitchen.

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sobre excerto de Raio Verde (Rohmer)

sobre excerto de Raio Verde (Rohmer)

Um rapaz e uma rapariga estão a conversar e estão a ver o pôr do sol, mas eles não estão só a ver o pôr do sol: quando começamos a ver o sol a descer sobre o mar a rapariga começa a chorar, o pôr do sol tem um significado muito importante, não é só mais um pôr do sol. O foco vai-se tornando cada vez mais o pôr do sol e menos a conversa das personagens e estamos todos à espera de ver se vemos ou não o raio verde. Na filmagem também devia estar toda a gente presa ao pôr do sol a olhar na mesma expectativa.

  

Os dois planos foram filmados em separado: o das personagens, dos actores, pode ter sido filmado várias vezes, o do pôr do sol foi filmado quando estava mesmo a acontecer. Na montagem um aparece com o outro e apesar de nem terem a mesma luz – no das personagens nem há variação de luz – acreditamos que eles estão a assistir ao pôr do sol porque há uma ligação emocional muito forte com a descida do sol.

    

Abour film excerpt from Le Rayon Vert 

A boy and a girl are talking and watching the sunset, but they are not just watching the sunset: when we start to see the sun coming down over the sea the girl starts to cry, the sunset it has a very important meaning, it’s not just another sunset. The focus becomes more and more the sunset and less the conversation of the characters and we are all waiting to see whether or not we see the green ray or not. In the filming, everyone should also be stuck at sunset with the same expectation.

  

The two plans were filmed separately: that of the characters, of the actors, may have been filmed several times, that of the sunset was filmed when it was actually happening. In the montage, one appears with the other and although they do not have the same light – none of the characters and there is no variation of light – we believe that they are watching the sunset because there is a very strong emotional connection with the descent of the sun.

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Sobre excerto de Primavera Tardia (Ozu)

Sobre excerto de Primavera Tardia (Ozu)

O homem descasca a maçã de uma forma muita lenta, muito cuidada e depois fica a olhar para a maçã. Parece um ritual. Quando se descasca uma maçã normalmente não o fazemos assim e quando a acabamos de descascar não ficamos a olhar para ela. Ele está sozinho e quando não se tem nada para fazer isso faz com que as tarefas mais simples se tornem mais delicadas, não as realizamos de forma automática como quando estamos dentro da rotina. Os gestos dele transmitem uma grande solidão. O silêncio e a música, triste, acrescentam também um peso que estes gestos não teriam se houvesse barulhos a distrair.

 

about the excerpt from Late Spring (Ozu)

The man peels the apple very slowly, very carefully and then looks at the apple. It looks like a ritual. When you peel an apple you usually don’t do it like that, and when you have just peeled it, you don’t just look at it. He is alone and when you have nothing to do that makes the simplest tasks become more delicate, you don’t perform them automatically as when you are within the routine. His gestures convey great loneliness. Silence and sad music also add a weight that these gestures would not have if there were distracting noises.

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O Tempo no Cinema – Uma primeira abordagem

Uma primeira abordagem ao Tempo no Cinema.

Como é que o realizador nos mostra O TEMPO QUE PASSA?

 

A first approach to Time in Cinema.

How does the director shows us THE TIME?

« A primeira curta metragem que vimos foi “A Saída da Fábrica”, dos Irmãos Lumière.« 

« The first short film we saw was « Workers Leaving the Lumière Factory « , by the Lumière Brothers. »

Excerto de A Saída da Fábrica, dos Irmãos Lumière.

Film exctract from Workers Leaving the Lumière Factory, by the Lumière Brothers.

 

 

 

 

« Estamos a ver muitos filmes interessantes sobre o Tempo.« 

« We are seeing a lot of interesting films about the Time. »

Excerto de O Raio Verde, de Eric Rohmer.

Film exctract from Le rayon vert, by Eric Rohmer.

« Cada dica que a professora dá, dá-nos mais motivação para aprender mais.

Debatemos sobre como são feitos os filmes. »

 

« Each tip that the teacher gives, gives us more motivation to learn more.

We discussed how films are made. « 

Excerto de Nostalgia, de Andrei Tarkovsky.

Film extract of Nostalghia, by Andrei Tarkovksy.

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